terça-feira, 22 de novembro de 2011

29 de Outubro de 2011

     No dia em que eu estava comemorando quarenta anos ocorreu um fato muito marcante para mim. Era uma manhã ensolarada e fui no quintal para observar a natureza e olhar as plantas. O pé de acerola deu muito fruto nos últimos dois anos e fui ver se já estava florido quando me deparei com uma cena que me deixou aflita e muito emocionada.
     Vi um pequeno passarinho muito agitado, tentando voar em torno do pé de acerola e pude perceber que ele estava pedindo socorro, pois sua mãe estava dependurada com um de seus pés presos por uma linha a um dos galhos da árvore.
     Fiquei desesperada pois pude perceber o amor verdadeiro em sua totalidade – o amor de um passarinho pela sua mãe.
     Eu soube depois que este passarinho filhote havia caído do ninho na mangueira, e como sua mãe não conseguiu levá-lo de volta, ela fez um ninho improvisado dentro de uma caixa de sapato que estava abandonada em baixo do pé de pitanga.
     Quem está lendo esta história deve estar pensando que temos um pomar no fundo da casa, mas na verdade são apenas três árvores: o pé de manga, que está condenado por não estar dando frutos e tem um vizinho reclamando que está deixando sua casa úmida; o pé de acerola, que dá frutos em quantidade exagerada pelo seu tamanho; e o pé de pitanga, que ainda é adolescente e até hoje não deu frutos, mas esperamos que logo chegue o dia.
     Vejam que interessante: o imenso amor que a mãe passarinho teve pelo seu filhote ao improvisar o ninho no chão, estava sendo retribuído agora, pois o pequeno passarinho lutava para voar e tentava salvar sua mãe daquela angustiante e perigosa situação.
     Peguei uma cadeira e uma tesoura e consegui libertar aquela pequena criatura, isso depois de uma operação muito delicada, pois tive medo de cortar a patinha dela. Assim que a vi voando não pude conter as lágrimas, pois senti algo muito profundo e especial e pedi a Deus que tomasse conta dos ferimentos daquela mãe passarinho.
     Aquele foi um dia especial para mim, pois o amor é algo grandioso e pude sentir que Deus estava tocando em meu coração para ajudar aquelas duas vidas que estavam sofrendo.
     Lembrei-me então do Vande, pois penso que ele está bem pertinho de Deus, e comecei a imaginar que ele estaria feliz e sorridente ao ver esta cena, e é claro que senti muita vontade de estar bem perto dele e dizer o quanto o amo.
     Adriana