sábado, 15 de maio de 2010

Lembranças da Infância

Nesse momento vou relembrar alguns fatos interessantes da minha infância, com relação ao nosso querido Vande...
Como ele era mais velho, estava sempre dando apoio a nossa mãe, e ia me buscar em um parquinho escolar que era mais ou menos perto da nossa casa. Nesse parquinho também tinha um vizinho nosso que estudava lá, o Anderson, a gente sempre pedia para o Vande nos contar histórias, como a Branca de Neve e os Sete Anões. A gente percebia que ele esquecia algumas partes, mas como ele sempre improvisava e dava novas versões, para nós era algo fascinante, nós imaginavámos estar dentro dessas histórias, enfim, coisas da imaginação fértil das crianças...
Que saudades desse tempo!
Eu gostava de mágica, como toda criança, e o Vande sempre fazia uma que me lembrei hoje, pegava um lenço e me pedia para fechar os olhos e logo após ele dizia para abrir os olhos e dentro do lenço tinha algumas moedas. Claro que eu achava o máximo...
Certa vez, quando eu estava na primeira série do antigo primário, ele estudava na mesma escola que eu - Escola Genésio Machado -, e eu gostava mesmo é de pintar, desenhar, como fazia no parquinho, e na escola eu nao vinha demonstrando nenhum interesse em aprender a escrever.
Acontece que a professora Sueli o chamou e falou que eu não demonstrava interesse algum em querer aprender, ela o chamou na classe e falou bem alto para todos ouvirem e perguntou porque eu era assim. O olhar de reprovação dele foi marcante...
Desde esse dia eu passei a demonstrar interesse em escrever e até hoje, modéstia à parte, escrevo uma letra bem redondinha, isso graças a ele.
Outra lembrança que tive foi de um amigo dele, aliás seu melhor amigo, o Júnior. Eles eram inseparáveis e certo dia eles estavam falando da importância da língua inglesa, e o Vande falou: "Falar inglês, qualquer um fala, você quer ver só".
E me pediu para falar inglês para ele, eu prontamente falei: Inglês. Claro que era uma brincadeira, eles riram bastante e eu fiquei olhando para eles, pois achava que tinha feito algo interessante, só eu mesma rsrsr.
Ele sempre foi responsável e desde adolescente se preocupava com minha mãe, entrou na Guarda Mirim, lembro-me do uniforme azul royal e do orgulho que ele sentia por estar trabalhando e já poder colaborar nas despesas da casa.
Ele era de fato muito alegre, adorava cantar e escrever e nos incentivava desde criança a gostar da música clássica. Eu amo música clássica e me emociono demais, como ele sempre dizia, essas músicas realmente tocam a alma e o coração.
É claro que ele tinha momentos de mal humor, quando ficava estressado ninguém aguentava, mas era só na hora, logo já estava cantarolando...
Ele me chamava de Zeréla, nome de uma gatinha da vizinha que era bem magrinha, eu ficava uma fera quando ele se referia a mim dessa maneira, enfim coisas de crianças...
Eu me sentia um patinho feio mas ele falava sempre que eu era bonita e que era para eu parar de me sentir uma coitada.
Algo engraçado: quando eu ainda era bem novinha, era sonâmbula, e certo dia eu levantei no meio da noite e ele, como tinha medo de fantasma, ficou impressionado quando eu me levantei no meio da noite com um cobertor na cabeça e fui para o outro quarto. Nós tínhamos uma gatinha e ela estava dormindo na cama dele na sala, e ele não tinha percebido, mas quando passei pela sala, com a luz apagada, ele levou um susto e deu um pulo na cama, caindo em cima da gatinha. No dia seguinte advinhem, rsrsrs, coitadinha, ela amanheceu morta.
Bem, essas foram as lembranças mais marcantes na minha infância, que hoje me trazem muita saudade.
Mas sinto que onde quer que ele esteja, deve estar vendo que a Zeréla cresceu, amou muito a ele e o amará para sempre. Essas doces lembranças da infância ficarão para sempre em minha memória.
Vande, eu te amo!!!
Sempre vou dizer isso, pois é o mais puro e sincero sentimento do meu coração.
Adriana

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